terça-feira, 11 de julho de 2017

Eu costumava planejar minha vida. Em longas fileiras e colunas traçava meus planos, cada célula abrigando quantias exatas de alegrias e desesperos. Eu era o criador de um organismo multicelular, perfeito nos mínimos detalhes. Nada passou despercebido e me esmerei em margens de erro generosas. Mas um vírus penetrou em minhas células e meus planos se perderam. Valores inteiros foram corrompidos, outros tantos apagados e os que restaram intactos já não faziam mais qualquer sentido no contexto geral. Para que planejar tanto quando o X de fora da equação pesa mais do que rocha e a tudo esmaga e torna pó? Organismos estão sujeitos ao ambiente, mas ambientes estão sujeitos às pedras. E ser pedra prefiro. Sem planos me limitando, faço da queda livre um voo.

11/10/2013

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